sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A Campanha Midiática Contra a Coreia do Norte Prossegue



A Campanha Midiática Contra a Coreia do Norte Prossegue

Por Ícaro Leal Alves

Kim Jung-un atual secretário geral do Partido do Trabalho da Coreia


A campanha da imprensa contra a Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia) continua. Vejam essa reportagem de O Estadão:

“Novas fotos do ditador norte-coreano Kim Jong-un durante uma reunião de trabalho chamaram atenção por uma ‘raridade’ no país: um smartphone. O telefone usado por Kim seria um modelo fabricado em Taiwan. No começo do ano, o líder deu ordens para que os norte-coreanos que forem flagrados com telefones contrabandeados de outros países sejam fuzilados.” (ESTADÃO, 07/02/2013 - http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,kim-jong-un-aparece-com-um-smartphone-,993984,0.htm)

Acontece que em outra reportagem mais antiga de outro órgão jornalístico podemos encontra a seguinte informação; “A Coreia do Norte conta com mais de 1,5 milhões de utilizadores de telemóveis, número que traduz um crescimento superior a 50 % face aos 950 mil registados no final do ano passado, informou hoje o diário sul-coreano Chosun Ilbo.” (EXPRESSO, 21/11/2012 - http://expresso.sapo.pt/utilizadores-de-telemoveis-na-coreia-do-norte-aumentam-mais-de-50--num-ano=f768482)

O mais interessante. Ficamos sabendo na mesma reportagem que “Em virtude de um acordo com o governo da Coreia do Norte, a Orascom [grupo egípcio de telecomunicações] presta serviços de telecomunicações móveis com serviços 3G desde 2008 através da empresa conjunta Koryolink.” (EXPRESSO, 21/11/2012 - http://expresso.sapo.pt/utilizadores-de-telemoveis-na-coreia-do-norte-aumentam-mais-de-50--num-ano=f768482)

Ou seja, na Coreia do Norte não só não é proibido o uso de telefones moveis estrangeiros como o grupo responsável pela distribuição de telefones naquele país é também estrangeiro.

O site de Noticias terra, que também noticiou o fato – e também apresentou uma serie de especulações contra o governo norte-coreano –, não fez qualquer menção a ameaças de fuzilamentos, como também informou que a empresa taiwanesa que produz os smartphones não quis identificar o aparelho, sendo a “confirmação” da marca do produto especulação do governo de Seul. (Tecnologia.Terra, 5/02/2013 - http://tecnologia.terra.com.br/kim-jong-un-e-o-misterioso-smartphone,b797b1fb8cd9c310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html)

Um órgão de imprensa português, que recentemente noticiou falácias sobre o canibalismo generalizado devido à fome na Coreia do Norte, O Diário de Notícias, conseguiu ser mais objetivo que o Estadão, noticiando simplesmente; “A imprensa sul-coreana especula sobre qual seria a marca do aparelho, pois alguns dos possíveis fabricantes são empresas de países sem relações com Pyongyang. Para alguns meios de comunicação trata-se de um Samsung, outros dizem ser um HTC (de Taiwan) e para outros seria um iPhone da norte-americana Apple.” (Diário de Notícias, 05/02/2013 - http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3035352&seccao=%C1sia)

Na mesma reportagem de O DN, encontramos uma informação que arranca algumas gargalhadas. A saber, “Os serviços secretos da Coreia do Sul também concluíram que seria mais provável ser da marca taiwanesa”. É possível um maior atestado da falta de argumentos dos governantes do sul do que a necessidade de seus serviços secretos investigarem a marca do aparelho telefônico do líder do governo do norte?

Logo em seguida o mesmo site reiterou a informação já mencionada. “A HTC, por sua vez, recusou-se a confirmar que seria um dos seus aparelhos”.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sobre a Bulgária Socialista



Trecho do livro do jornalista australiano Wilfred Burchett, de 1983, sobre a Bulgária socialista:



"Por que deveria eu escrever um livro sobre a Bulgária? Enquanto escrevia, eu me perguntava por que não o tinha feito antes. Entre os quase quarenta países da Europa, das Américas, da Ásia, da Oceania e da África nos quais trabalhei, incluindo uma dúzia nos quais fixei residência semi-permanente, a Bulgária é o país que visitei mais frequentemente e mais regularmente. O motivo da Bulgária não ter inspirado um dos meus numerosos livros é que estive ocupado sobretudo em escrever reportagens nos pontos mais conturbados do mundo. A Bulgária era o porto seguro onde eu me retirava entre uma e outra tempestade. Descansar sobre as areias do Mar Negro e lançar linhas para apanhar alguns de seus peixes tem um extraordinário efeito terapêutico! No mundo agitado no qual era obrigado a trabalhar para os editores e diretores de jornais, a tranquilidade da Bulgária se revestia de uma qualidade rara que, por fim, merecia uma investigação e reflexão próprias. 

            "Com o passar dos anos tornou-se evidente – praticamente embaixo de meus próprios olhos – que uma nova geração de gente, com ideais novos, estava forjando o futuro do país. Criancinhas cujas cabeças eu costumava afagar e cujos pais eram, em sua maioria, de origem muito humildes, tinham se tornado chefes de departamento governamentais, diplomatas, médicos, cientistas nucleares, especialistas em cibernética. As aldeias e depois as cidades se transformaram e se tornaram irreconhecíveis. O antigo axioma marxista sobre os trabalhadores que “nada tinham a perder, a não ser seus grilhões” tinha perdido seu sentido. É verdade que isso vale também para a maioria do mundo desenvolvido. Entretanto, quando pela primeira vez visitei a Bulgária, o país era dos menos desenvolvidos entre os países reconhecidamente subdesenvolvidos da península balcânica. Os “grilhões” foram substituídos gradativamente pelos privilégios de uma vida decente, civilizada e refinada. Havia muitas razões para investigar mais a fundo que nas areias e nas águas do Mar Negro. 

           " A Bulgária, que em sua parte do mundo, permanecera durante longos séculos no “olho do ciclone”, devastada por um sem-número de guerras e um outro tanto de invasões, agora goza a paz e a estabilidade. Ela tomou muitas iniciativas para neutralizar o que costumava ser chamado o “barril de pólvora da Europa”. Se agora o povo não tem mais “grilhões a perder”, poderiam ter perdido tudo que suas mãos e seus intelectos tinham construído depois de terem enxotado seus grosseiros invasores em 1878, e especialmente depois da derrubada do governo monárquico-fascista sessenta e seis anos depois, caso houvesse uma nova guerra. Na Bulgária, “Paz e Amizade” não é apenas mais um slogan sem sentido. É uma condição de sobrevivência, baseado no legado de uma história trágica que várias vezes viu a nação à beira da extinção. E foi o povo que aguentou as consequências de aventuras militares que governantes búlgaros e alienígenas travaram entre si, no interesse de grandes potências imperialistas. O fato que pessoas comuns, do povo, estejam agora dirigindo seus próprios assuntos em todos os níveis, em vez de uma classe alta cristalizada e eternamente no poder, parece ser um fator de estabilidade percebida por qualquer visitante, e ao mesmo tempo o legítimo espírito do internacionalismo. Hoje a Bulgária tem um público muito instruído e bem informado. Quando da minha primeira visita em 1948, haviam 20.000 matriculados nos institutos de ensino superior. Hoje este número está quintuplicado e existe dez vezes mais pessoal cientifico e técnico – construindo um estado próspero e progressista. Praticamente todos são de origens humildes, como já mencionei, e com um interesse forte e legítimo de manter a calma e a estabilidade que todos os anos atraem para a Bulgária alguns milhões de turistas. 

            "É licito perguntar por que o autor, normalmente associados a problemas asiáticos e a lutas de libertação nacional, chegou a visitar com tamanha frequência a Bulgária. Em questões de consciência política alcancei a minha “maioridade” na Austrália, quando o fascismo e o nazismo estavam ascendendo na Europa. Parecia então que varreriam qualquer coisa que estivesse em sua frente. Foi então que surgiu aquele que um dos meus amigos políticos definiu “um homem que é uma montanha”, um búlgaro chamado Georgi Dimitrov. Com todo o poderio da máquina política nazista formada contra ele, este homem denunciou a verdadeira natureza dos nazistas, conquistando uma extraordinária vitória legal, moral e política. Os resumidos relatos de sua magnifica defesa no processo do incêndio do Reichstag que chegaram até a Austrália, seu triunfal duelo de oratória com o valentão nazista Hermann Göering, foram raios de pura luz num mundo que estava se obscurecendo. Mais tarde, a iniciativa de Dimitrov em prol de uma frente unida contra o fascismo e a guerra ecoou em todo coração e intelecto progressista. Para dezenas de milhões de jovens da minha geração no mundo inteiro – como percebi mais tarde através de minhas leituras e viagens – Georgi Dimitrov era o modelo do militante internacional e destemido. Comecei a me interessar pelo país e pelo povo que tinha produzido este “homem que era uma montanha”. Nem sonhava que muitos anos depois iria efetivamente apertar suas mãos na capital da Bulgária. A primeira impressão, como sempre acontece com os que são realmente grandes, foi sua personalidade simples e humilde. 

            "Quando conheci o povo búlgaro, descobri que Dimitrov reunia em si suas qualidades especiais de coragem, laboriosidade, perspectiva internacional – e também humildade e simplicidade. 

            "Um ano depois daquele memorável encontro eu estava mais uma vez em Sofia – para o enterro de Dimitrov. Na rua o povo chorava abertamente numa demonstração tão unânime de dor como nunca vi em qualquer outro lugar. 

            "Além do meu interesse inicial na Bulgária de Dimitrov, fiquei profundamente impressionado ao ver como um país economicamente atrasado e seu povo oprimido tinham se esforçado para se pôr de pé e estavam se lançando à ambiciosa tarefa de construir uma sociedade socialista desenvolvida. 

            "Enquanto absorvia o que estava acontecendo em termos humanos, tive o privilégio de me casar com uma jornalista e historiadora de arte búlgara que habitualmente me acompanhava durante os 34 anos de frequentes viagens em sua pátria. Os capítulos seguintes representam uma síntese das observações durante este período, rematado por uma série intensiva de visitas no verão de 1981 e também na primavera de 1982, incluindo muitas entrevistas com líderes de setores vitais do desenvolvimento econômico e social do país. 

            "Em menos de quatro décadas a Bulgária, que já foi um dos estados economicamente mais atrasados da Europa, foi transformado em estado industrializado moderno – com certeza o mais próspero dos Balcãs. Antigamente o produto nacional era gerado em 80% pela agricultura e em 20% pela indústria: está proporção está agora invertida, e 80% do produto nacional agora é gerado pela indústria. Uma revolução industrial foi levada a cabo sem os choques e as fraturas sociais da revolução industrial clássica que sacudiu a Inglaterra durante quase oitenta anos, na segunda metade do século dezoito e na primeira metade do século dezenove. Obviamente uma das diferenças mais importantes está no fato que a Bulgária tinha um sistema sócio-político que podia dirigir o processo de forma científica, absorver os choques e proteger os interesses dos que eram diretamente atingidos pela transformação. Como resultado, a Bulgária está rapidamente alcançando países ocidentais desenvolvidos, superando de muito suas taxas de crescimento econômico sem inflação, equiparando-se a estes em muitos campos de tecnologia sofisticada e desafiando-os com o padrão de vida do cidadão comum. 

            "Um fator vantajoso para a Bulgária e alguns outros países socialistas é que sua revolução industrial de ontem e sua revolução científica-tecnológica de hoje se efetuaram e estão ainda se desenvolvendo dentro da estrutura de um sistema socialista internacional garantindo pelo poderio econômico da União Soviética. Considerando que, há quatro décadas, um país como a Bulgária começou praticamente do zero em termos de indústria, sua base industrial é moderna e altamente sofisticada quando comparada a muitos setores de países que lideraram a revolução industrial dois séculos atrás. E considerando que a Bulgária está integrada num sistema internacional cujos componentes estão cooperando – e não competindo – entre si, pode se alcançar uma especialização de diferentes setores da economia entre os estados-membros, proporcionando uma produção em grandíssima escala de determinados artigos. Isso permite uma renovação constante de equipamentos, acompanhado os mais recentes avanços tecnológicos em tal medida que poucas empresas particulares, destas que competem entre si na área nacional ou internacional, poderiam igualar. 

            "Com emprego total, um programa econômico e de produção planejado antecipadamente para um quinquênio, mercados garantidos e padrão de vida em elevação constante, a Bulgária conseguiu evitar a distorção social que aflige os países industrializados ocidentais enquanto mergulham sempre mais profundamente no caos econômico e na crise. (Nos dez países da Comunidade Econômica Européia a estimativa oficial de desemprego era, no fim de março de 1982, de 10.7 milhões, ou aproximadamente 9,7% de um total de 110 milhões de trabalhadores. Calculava-se que esta taxa subiria para 11,5% em fins de 1982. Com a taxa prevista de crescimento econômico de 1,5 por cento – em vez de uma estimativa anterior de 2 por cento – não há esperança de melhora. Entre os sub-empregados o desemprego já alcança aproximadamente 20%.) Pelos padrões ocidentais na Bulgária praticamente não há prostituição, consumo de drogas e criminalidade. Contrastando profundamente com os países da CEE e dos Estados Unidos, os orçamentos para a assistência social, a assistência à infância, a educação, a saúde pública, a cultura, os esportes e as colônias de férias aumentam constantemente. Em termos de acesso aos bens de consumo, o padrão de vida dos trabalhadores com emprego total do ocidente ainda é mais elevado do que o dos correspondentes na Bulgária, entretanto a diferença está diminuindo. E também está diminuindo a diferença de padrão de vida entre os trabalhadores das áreas urbanas e das áreas rurais, inclusive no que se refere a atividades sociais, o lazer, a diversão. 

            "A interpenetração entre cidade e campo está produzindo uma sociedade homogênea, com uma cultura que liga rico patrimônio nacional com o estrangeiro, para criar novos valores. A cultura é um produto de classe, acessível a todos e não apenas limitado a uma classe privilegiada. A Bulgária é uma sociedade aberta e fraternal; o povo está bem informado e ansioso para se comunicar e cooperar com os povos do mundo além de suas fronteiras, de forma ativa e criativa, especialmente no que se refere à paz e ao desenvolvimento de relações amistosas e humanas.
            
        "À luz de todos os critérios normais para o que constitui “a qualidade de vida”, o povo búlgaro está conseguindo mais e mais elementos essenciais; os povos do Ocidente industrialmente desenvolvido conseguem sempre menos. A tendência está firmada; não há sinais de uma possível mudança. A Bulgária socialista foi edificada sobre fundações muito sadias e – exceto no caso de uma catástrofe internacional – continuará a construir uma sociedade socialista adiantada."

(BURCHETT, Wilfred. Bulgária; presente, passado e futuro. - Rio de Janeiro: Novos Rumos, 1983. pp. 7-14)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Campanha da Imprensa Imperialista Contra a Morte Pela Fome na Coreia do Norte



A Campanha da Imprensa Imperialista Contra a Morte Pela Fome na Coreia do Norte

Por: Ícaro Leal Alves

 Crianças Norte-coreanas fonte - http://www.facebook.com/SolidariedadeACoreiaPopular

Acabei de ler no portal Centro do Socialismo um texto muito interessante intitulado “a mídia capitalista e a Coreia do Norte”, onde o autor problematiza a intensa campanha midiática anti-norte-coreia. Em um trecho que me chamou particularmente a atenção o autor afirma:

“Suponhamos que fosse verdade. Que a fome tivesse assumido um grau tão amplo no país que o canibalismo tivesse se tornado um hábito comum. Então, eu digo que o ocidente seria um dos principais culpados por isso. Afinal, a ONU tolera as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e seus aliados ao povo coreano, sanções que prejudicam terrivelmente a economia do país. Mesmo que o governo da Coreia fosse tão maligno como prega a propaganda ocidental, não seria melhor evitar medidas que possam prejudicar a qualidade de vida dos coreanos? Que culpa os coreanos tem do ocidente não gostar do seu governo?”

O autor estava se referindo a notícia, divulgada recentemente por uma agência japonesa que relatava casos de canibalismo na Coreia do Norte (a República Popular e Democrática da Coreia) e particularmente um caso onde um pai, após matar e comer seus dois filhos, foi submetido a pena de fuzilamento. Segundo diz a reportagem o motivo da onda de canibalismo generalizado no país é uma intensa crise de fome que teria vitimado pelo menos 10 mil pessoas só no ano passado (somente nas províncias de Hwanghae Norte e Sul). 

Assim como o autor do primeiro texto mencionado, não pretendo fazer propaganda do governo norte-coreano. Meu único objetivo é me questionar sobre a veracidade de tais relatos. Afinal de contas a desinformação e a demonização desse país, do qual, tão pouco sabemos (eu pelo menos sei muito pouco) é uma constante. Recordo-me da morte do antigo presidente daquela república, Kim Jung Il, há dois anos. A imprensa Brasileira surpresa, parecia perplexa ao transmitir cenas de norte-coreanos e norte-coreanas chorando desesperadamente a morte do tão temível ditador. Dois dias depois, se não me engano, os mesmos jornalistas antes aturdidos, agora anunciavam triunfantes a revelação dos motivos do pranto desesperado. Em uma matéria, onde só faltaram efeitos pirotécnicos para completar a orgia de sensacionalismo desavergonhado, o Jornal Nacional noticiava que o governo “comunista” (essa referência não podia faltar) havia ordenados o pranto, afirmando que quem não chorasse passaria 6 meses em campos de trabalhos forçados. Senão por mais nada, somente o absurdo da notícia me parece suficiente para desmenti-la. Coagir uma população inteira de 24 milhões de pessoas com a ameaça da deportação para campos de trabalhos caso elas não chorassem? Mas, ainda havia mais. Após todo o show, ao finzinho da matéria, quase timidamente, o ancora do jornal anuncia; a informação fora fornecida por um órgão de imprensa do governo sul-coreano, que por sua vez não indicou qualquer fonte. A piada está completa. O jornal mais visto do país anuncia com efeitos sensacionais uma informação tão comprometedora sobre um governo, cuja única fonte é o Estado rival, que há 50 anos está em estado de guerra com esse e que não indica qualquer fonte oficial capaz de comprovar o que diz. Obvio que o efeito sensacionalista supera a factibilidade. E esse “detalhe” pode passar e sem dúvidas passou despercebido à maioria dos que assistiram ao telejornal. 

Por esse e outros motivos decide buscar as evidências primárias que me permitissem avaliar com mais objetividade a situação da crise alimentar na Coreia Democrática e Popular. Não tenho nem mesmo o objetivo de negar que ela exista ou que o governo daquele país ainda tenha que avançar muito nesse ponto fundamental, já que os índices de desnutrição e de mortalidade infantil deixam claro que ainda existe muito que se fazer nesse campo. Porém, seria mesmo tão desesperadora a situação, que as pessoas necessitem comer seus próprios filhos, ou os avos desenterrarem os corpos dos seus netos? A fome seria tão grave ao ponto de generalizar o canibalismo entre a população? E mais, é legitima toda a campanha de ódio da imprensa contra o regime de “monarquia comunista”, que impõe a fome? Vamos aos dados.

Na matéria citada, aponta-se que pelo menos 10 mil pessoas morreram de fome no ano passado. Curiosamente os dados oficiais disponíveis na internet demonstram que o índice de mortalidade na Coreia do Norte não é maior do que, por exemplo, o do Reino Unido e o de Portugal. Enquanto o do primeiro país (país tema desse texto) é de 9,12 mortes por 1.000 habitantes (dados de julho de 2011) o de Reino Unido e Portugal são, respectivamente, 9,33 mortes por 1.000 habitantes e 10,86 mortes por 1.000 habitantes (dados do mesmo período). Ora, se a “monarquia comunista dos Kim” pode ser condenada mundialmente e escarnecida na imprensa por sua mortalidade generalizada, por que a monarquia inglesa, que ostenta índices de mortalidade ainda maiores não deve ser vitima do mesmo opróbio? Ou Portugal, cuja mortalidade supera a do Reino Unido? 

Também observamos que os dados oficiais dão conta de confirmar que a Coreia do Norte, no fator taxa de mortalidade não esta muito pior do que os Estados Unidos, a maior potência mundial, líder econômica e que impôs o bloqueio econômico ao pequeno país anti-imperialista. Na superpotência o índice de mortalidade é de 8,39 mortes por cada 1.000 habitantes (dados de julho de 2011). Obvio que nesse país os motivos da morte são bem diferentes. Nos Estados Unidos as mortes por arma de fogo têm, sem dúvida, um peso muito maior, mas longe de se condenar os defensores do porte de armas como monstros que impõe a morte, a imprensa internacional propagandeia a mentira aberrante que controle de armas é sinônimo de fascismo. 

Se se compara a situação da mortalidade com outros países desenvolvidos como Espanha e França, a Coreia não se parece com um campo da morte. Nesses países o índice também se mantem acima de 8 mortes por 1.000 habitantes e mesmo se aproximando dos 9. 

Outro dado surpreendente é que a expectativa média de vida do norte-coreano é de 69,2 anos. Expectativa de um país desenvolvido, que não supera a de nenhum dos países mencionados, mas que dá uma boa ideia do destino que separa os povos do mundo colonial que decidiram ser livres, como esse, dos que preferiram, ou, caíram sob a “proteção” da “democracia internacional” como o Afeganistão, onde a expectativa média de vida é de 49,72 anos, chegando à somente 48,45 anos para os homens. Nesse país, que a imperialismo decidiu libertar e proteger, há 12 anos, o índice de mortalidade é de 14,59 mortes por 1.000 habitantes (dados de julho de 2011). Estaria a campanha de massas da mídia ocidental preparando o ambiente para esse tipo de libertação a americana? 

Ao refletir sobre esses dados é bom ter em mente que aqui comparamos um país que há menos de um século deixou, como decorrência de um imenso movimento popular, de ser uma colônia do império japonês, que, em consequência de sua opção pela liberdade e a autodeterminação teve seu território dividido e seu povo massacrado em uma das mais sangrentas guerras da história do século XX – guerra levada a cabo pelo mesmo império que até nossos dias submete esse país, pequeno e isolado a um terrível embargo econômico – com países capitalistas (e imperialistas) desenvolvidos (exceção feita ao Afeganistão). Também não podemos esquecer que todas as campanhas de intervenção militar no último século foram antecedidas de intensa campanha midiática de difamação e demonização, cuja única novidade é o poder cada vez mais crescente de propagação. 

O imperialismo prepara novos derramamentos de sangue injustificáveis, a mentira é a arma que antecede os fuzis e as metralhadoras. 

Solidariedade ao Povo Norte Coreano que tem o direito de ser livre e Soberano.

P.S: Segundo informações dos organizadores do Site Solidariedade a Coreia Popular as próprias autoridades da Coreia do Norte admitem que houve fome no país entre 1990 e 2000, como decorrência da perda dos principais parceiros econômicos (URSS e países do Leste da Europa) combinada a uma série de catástrofes naturais. Esse período é conhecido no país como a “Árdua Marcha” e já está encerrado.

Referências:









sábado, 26 de janeiro de 2013

Nota de Esclarecimento sobre o debate com O Communard



Nota de Esclarecimento sobre o debate com O Communard:
Mentiras de um socialdemocrata perdido em pleno século XXI 

Por: Ícaro Leal Alves

Os leitores devem estar informados que nossos travamos nos últimos dias um debate de ideias honesto com o Editor de O Communard. O último e final episodio desse debate foi um epitáfio do mesmo escrito pelo mesmo Communard. Como em todo debate, o nosso contraditor que se escondeu atrás da mascara de “camaradagem” foi mais uma vez desonesto. Como vinha fazendo em todo debate mentiu e destorceu os fatos. 
            Nesse blog, onde temos um compromisso infindável com a verdade, nos vemos obrigado a esclarecer os fatos.

“O epitáfio de uma discussão impossível”


Como sabemos, nosso Communard decretou a morte desse. No decreto de nosso debatedor honesto afirma que o motivo do fuzilamento das discussões foi uma serie de comportamentos lamentáveis de nossa parte. Um deles o de não haver liberado o seu comentário lamentando o último artigo por nós publicado(1).

            No entanto, o Carrasco de nossa discussão mentiu. Ele não fez nenhum qualquer comentário no República Socialista. Todos os comentários são publicados após passarem por moderação, exceto se oferecerem conteúdo racista ou palavras de baixo-calão e ofensas pessoais.

            Os comentários do nosso Communard, por sua vez, não só estão liberados, como a prova de que ele não teve nenhum comentário barrado é que permanece disponível seu comentário em Resposta ao Connard de Lúcio jr. Resposta a qual ele minha acusa de não ser franco.


Mentira pra todo lado:

As mentiras apresentadas na nossa discussão pelo Communard fuzilador de debates não param por ai. O nosso “socialdemocrata” – como o autor em questão é denominado em Revista Cidade Sol(2) – lança suas calunias também contra Marx, Lenin e Stalin.


Marx e seu desprezo pelos camponeses


            Os bakuninistas afirmando que Marx desprezou os camponeses os tratando como reacionários tem apresentado o marxismo como uma teoria conservadora de uma elite burocratizada dos operários.

            Infelizmente nossos anarquistas estão certos, em parte. Já que o marxismo dos marxianos socialdemocratas, que é uma mentira contra Marx, é exatamente isso. Mas esse não é o marxismo-leninismo.

             A prova disso está no próprio conjunto de textos produzidos pelo Communard. Ele afirma que Marx considerava os camponeses como uma massa reacionária por suas próprias condições de vida. Será isso verdade.

            Tal analise dos camponeses aparece pela primeira-vez em Marx no Manifesto do Partido Comunista escrito em fins de 1847 e publicado no inicio 1848(3). É por tanto anterior a uma série de processos revolucionários do Ocidente e do Oriente.

            Um marxista, que se diz adepto de um método de interpretação da realidade fundamentalmente histórico poderia negligenciar esse fato e não submeter tais teses a revisão a luz dos acontecimentos posteriores? Tal comportamento é incompatível com o marxismo. E o próprio Engels o admite em um prefácio a edição posterior do manifesto.

            Também O Communard comete uma incoerência, que segundo a sua lógica o transformaria em um contrarrevolucionário. Afirma que “(...) só em raras vezes camponeses se aliaram aos proletários (como na revolução chinesa)”(4). Ora, mas se os camponeses se aliam aos proletários em uma revolução, como a chinesa, isso não faz deles revolucionários? Ou séria O Communard a se tornar contrarrevolucionário ao admitir isso? Vejamos como isso se resolve no marxismo.

            Segundo diz o Communard em o 18 de Brumário, Marx é “(...) explícito em declarar que as condições de vida dos camponeses em geral os transformava em conservadores/reacionários (sem ele excluir que há sim camponeses revolucionários).”(5)

            Essa passagem levanta duas questões: Se por suas condições de vida os camponeses em geral são reacionários como pode haver camponeses revolucionários? Se existem camponeses revolucionários porque a política de aliança operário-camponesa dos bolcheviques é uma “fraude sociológica”? Talvez O Communard estivesse tentando explicar que enquanto classes os camponeses são reacionários, mas que é possível a existência de uns poucos indivíduos camponeses revolucionários. Mas vejamos o que o próprio Marx diz em o 18 de Brumário;

“Mas, pode-se objetar: os levantes camponeses na metade da França, as investidas do exército contra os camponeses, as prisões e deportações em massa de camponeses?

“A França não experimenta, desde Luís XIV, uma semelhante perseguição de camponeses ‘por motivos demagógicos’.

            “É preciso que fique bem claro. A dinastia de Bonaparte representa não o camponês revolucionário, mas o conservador; não o camponês que luta para escapar das suas condições de existência social, a pequena propriedade, mas antes o camponês que quer consolidar a sua propriedade, não a população rural que, ligada a cidade quer derrubar a velha ordem de coisas por meio de seus próprios esforços, mas, pelo contrário, aqueles que, presos por essa velha ordem em um isolamento embrutecedor, querem ver a si próprios e a suas propriedades salvos e beneficiados pelo fantasma do Império. Bonaparte representa não o esclarecimento, mas a superstição do camponês; não o seu bom-senso, mas o seu preconceito; não o seu futuro, mas o seu passado; não a sua moderna Cevènnes, mas a sua moderna Vendée.” (6)

Depois dessa passagem brilhante, que mais podemos dizer? Marx não só afirma que Bonaparte não representa os “camponeses em geral” como quer o nosso Communard, como ele afirma que Bonaparte representa um camponês “especifico”, o camponês conservador em contraposição ao camponês revolucionário, da Cevènnes. E vai mais além, afirma que Bonaparte representa o passado conservador dos camponeses em contraposição ao seu futuro revolucionário.
            Marx fala de um camponês enquanto sujeito histórico determinado, o que nosso Communard “materialista histórico dialético” ignora, apresentando em seu lugar essa entidade metafisica que é o camponês sempre reacionário. 
            Mas Marx vai mais além e explica o porque, de naquele momento o camponês conversador triunfar sobre o revolucionário;
“Os três anos de rigoroso domínio da República parlamentar haviam liberado uma parte dos camponeses franceses da ilusão napoleônica, revolucionando-os ainda que apenas superficialmente; mas os burgueses reprimiam-nos violentamente, cada vez que se punham em movimento. Sob a República parlamentar a consciência moderna e a consciência tradicional do camponês francês disputaram a supremacia. Esse progresso tomou a forma de uma luta incessante entre os mestres-escolas e os padres. A burguesia derrotou os mestres-escolas. (...) E essa mesma burguesia clama agora contra a estupidez das massas, contra a “vile multide”, que a traiu em favor de Bonaparte. Ela própria forçou a consolidação das simpatias do campesinato pelo Império e manteve as condições que originam essa rebelião camponesa. A burguesia, é bem verdade, deve forçosamente temer a estupidez das massas enquanto essas se mantêm conservadoras, assim como a sua clarividência, tão logo se tornam revolucionária.”(7) 
Com se vê para Marx o triunfo do golpe de Estado é muito mais da responsabilidade da burguesia que afastou os camponeses da República com o massacre das forças revolucionárias. 
Esse Marx apresentado pelo Communard, que despreza os camponeses e obscurece as culpas da burguesia não existe. 
Já havíamos apresentado uma citação comprovando que a ideia da aliança operário-camponesa era do próprio Marx.
Quatro anos após escrever o 18 Brumário, que é de março de 1852, Marx escreveria uma carta a Engels, datada de 14 de abril de 1856, onde apresenta a seguinte ideia: 
“tudo na Alemanha dependerá da possibilidade de apoiar a revolução proletária por uma espécie de segunda edição da guerra dos camponeses. Então a coisa será óptima.” (8) 
Tudo dependerá da possibilidade de apoiar a revolução proletária em uma segunda edição das guerras camponesas para que a coisa toda ser ótima. Em sua argumentação sobre essa passagem o Communard afirma; “A sua citação sobre a ‘revolução proletária com uma segunda edição da guerra camponesa’ em nada confirma a ideia de que Marx defende um governo ‘proletário e camponês’, nem mesmo faz qualquer possibilidade de alusão a isso.”(9) Em sua argumentação, tudo o que falta é o argumento. Como uma citação literal do Marx real e não imaginado contradiz a minha construção de Marx eu a ignora simplesmente, essa é a lógica de sofistas socialdemocratas.


O Socialismo em um só país, mais uma vez


Já escrevemos antes nesse blog esclarecendo a questão do socialismo em um só país. Na ocasião comentávamos o artigo de Cerdeira(10). Também ele acusava Stálin de haver traído o internacionalismo ao introduzir a teoria do socialismo em um só país.  
            Logo na nossa primeira Carta Aberta ao Communard explicávamos que foi Lenin e não Stalin quem introduziu a teoria do socialismo em um só país(11). Também o site Comunidade Stálin publicou recentemente um trabalho no mesmo sentido(12). 
            Em Agosto de 1915 Lenin escreve:

“A desigualdade do desenvolvimento económico e político é uma lei absoluta do capitalismo. Daí decorre que é possível a vitória do socialismo primeiramente em poucos países ou mesmo num só país capitalista tomado por separado. O proletariado vitorioso deste país, depois de expropriar os capitalistas e de organizar a produção socialista no seu país, erguer-se-ia contra o resto do mundo, capitalista, atraindo para o seu lado as classes oprimidas dos outros países, levantando neles a insurreição contra os capitalistas, empregando, em caso de necessidade, mesmo a força das armas contra as classes exploradoras e os seus Estado.” (13) 
Em setembro de 1916 reafirma:
“O desenvolvimento do capitalismo realiza-se de modo extremamente desigual nos diversos países. Nem poder ser de outra forma na produção mercantil. Daí decorre a indiscutível conclusão de que o socialismo não pode vencer simultaneamente em todos os países. Ele vencerá inicialmente num só ou em vários países, continuando os restantes a ser, durante certo tempo, burgueses e pré-burgueses.” (14) 
Como se vê a teoria do socialismo em um só país é inaugurada por Lenin. E dela não decorre nenhuma traição, mas a simples conclusão de que o triunfo do socialismo em todos os países simultaneamente é impossível e que enquanto o socialismo triunfará inicialmente em um ou alguns países outro permaneceram “durante certo tempo”, burgueses ou pré-burgueses. 
            Nosso Communard afirma que a teoria do socialismo em um só país que ele atribui a Stalin é uma traição ao internacionalismo para encobri o fato de que ela nascerá de Lenin e foi uma resposta dos bolcheviques a traição socialdemocrta na primeira guerra mundial, quando esses apoiaram suas burguesias nacionais contra o proletariado internacional e posteriormente participaram em governos burgueses que resultaram no massacre do proletariado revolucionário em diversos países. Apesar disso, O Communard se posiciona pelos socialdemocratas em detrimento dos bolcheviques e estranhamente se senti ofendido quando lhe acusam de socialdemocrata.


Stalin e seus 30 milhões de mortos


Em outra passagem da discussão o Communard lança mais uma mentira. No primeiro documento, que deu origem ao debate. Questiona se com os arquivos em aberto seria possível manter a posição “stalinista”. Em sua resposta a mim afirma que Stalin teria matado 30 milhões de pessoas nos expurgos.

            O Communard que insinuar assim que os arquivos abertos após o fim da URSS confirmariam o extermínio por parte de Stalin de 30 milhões de Soviéticos. Isso é uma mentira deslavada e criminosa.

            Amy Knight, uma historiadora que consultou os arquivos soviéticos antes classificados afirma: 
“As estimativas anteriores sobre os números das vítimas dos expurgos, que chegavam a mais de sete milhões, mostraram agora estar inflacionadas, quando comparadas com os dados dos arquivos. Embora os números ainda não sejam absolutamente exatos, o número menor citado aqui (2 milhões) é sem dúvida mais preciso.”(15) 
Como se ver número de 30 milhões nem se quer é cogitado e o de 7 milhões é tido por inflacionado. É preciso acrescentar que os Expurgo não eram sinônimos de fuzilamento e só uma parte dos expurgados fora condenada a morte(16). 
            Hoje sabemos que muitas penas de morte na URSS foram revertidas a longas penas de prisão e só uma pequena parcela foi levada a efeito efetivamente. A inocência dos condenados no período da repressão principalmente dos julgados nos processos de Moscou está longe de estar comprovada e alguns historiadores acreditam que eles foram culpados, assim como, que os Expurgos não podem ser vistos como fenômeno uniforme resultante de um regime totalitário e sob o total controle de Stalin, mas foram muito mais o resultado de um sistema político caótico e um processo no qual a personalidade de Stalin tem pouco importância (17).


Conclusão


Longe de esgotar todas as mentiras presentes nos textos de O Communard sobre a URSS, nos apresentamos alguns pontos significativos, que demonstram, ou a ignorância ou a má fé do nosso contraditor. Esse por sua vez nos acusa de não ser franco. Precipitadamente encerrou a discussão afirmando que já tínhamos desistido da discussão. Pelo contrário tínhamos solicitado a paciência de O Communard para aguarda nossa resposta. A discussão teve infelizmente um fim trágico e a lição que fica é o quando as discussões envolvendo os contraditores do bolchevismo são pautados na mentira lançada contra os comunistas e seus simpatizantes.

            Reafirmamos que nunca agimos de forma desonesta nessa discussão. Solicitamos aos leitores que confiram o material disponível e consulte outros textos disponíveis nesse blog sobre as mentiras lançadas pela burguesia contra o comunismo (mentiras que reaparecem em um blog comunista como O Communard).


Notas


1 – O epitáfio de um debate: como stalinistas debatem com comunistas in <http://ocommunard.wordpress.com/2013/01/26/o-epitafio-de-um-debate-como-stalinitas-debatem-com-marxistas/>

2 – Lúcio Jr. Resposta ao “Connard” in <http://revistacidadesol.blogspot.com.br/2013/01/resposta-ao-connard.html>

3 – Marx e Engels, O manifesto do Partido Comunista in <http://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunistaEmGalego/cap01.htm#I>

4 – Stalinismo em debate: resposta ao Ícaro e Lúcio Jr in <http://ocommunard.wordpress.com/2013/01/22/stalinismo-ou-o-que-debate-sobre-o-marxismo-leninismo-em-resposta-ao-icaro/>

5 - Debate: pro-stalinismo vs anti-stalinismo, a segunda resposta ao ÍCaro in <http://ocommunard.wordpress.com/2013/01/23/debate-pro-stalinismo-vs-anti-stalinsmo-a-segunda-resposta-ao-icaro-2/>

6 – Karl Marx, 18 Brumário de Luís Bonaparte in Karl Marx & Friedrich Engels Obras Escolhidas, v 1, São Paulo, editora Alfa-Omega, pp. 278.

7 – obra citada, pp. 278-279.

8 – Karl Marx, Carta a Engels (em Manchester) in <http://www.marxists.org/portugues/marx/1856/04/16.htm>

9 - Debate: pro-stalinismo vs anti-stalinismo, a segunda resposta ao ÍCaro in <http://ocommunard.wordpress.com/2013/01/23/debate-pro-stalinismo-vs-anti-stalinsmo-a-segunda-resposta-ao-icaro-2/>

10 – Ícaro Leal Alves, Alguns Problemas do Paradigma Trotskista in <<http://www.republicasocialista.blogspot.com.br/2012/11/alguns-problemas-do-paradigma-trotskista.html>>

11 – Ícaro Leal Alves, Carta Aberta aos Editores de O Communard in <<http://comunidadestalin.blogspot.com.br/2013/01/carta-aberta-aos-editores-de-o-communard.html>>

12 – Sobre as Origens do Socialismo em um só pais <<http://comunidadestalin.blogspot.com.br/2013/01/sobre-as-origens-da-teoria-do.html>>

13 - Vladimir Lênin, Sobre a Palavra de Ordem dos Estados Unidos da Europa, in V.I. LENIN OBRAS ESCOLHIDAS EM TRÊS TOMOS; V. 1. – São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1979. Páginas 569-572. Também disponível em << http://www.marxists.org/portugues/lenin/1915/08/23.htm>>.

14 - Vladimir Lênin, O Programa Militar da Revolução Proletária, in V.I. LENIN OBRAS ESCOLHIDAS EM TRÊS TOMOS; V. 1. – São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1979. Página 680. Também disponível em <http://www.marxists.org/portugues/lenin/1916/09/programa.htm>

15 – Amy Knight, Quem Matou Kirov? O maior mistério do Kremlin; tradução Sergio Mouras Rego. – Rio de Janeiro – São Paulo: Editora Record, 2001. Pp. 353

16 - Quem Matou Kirov? O maior mistério do Kremlin; tradução Sergio Mouras Rego. – Rio de Janeiro – São Paulo: Editora Record, 2001. Pp. 240.

17 - GETTY, John Arch. Origins of the Great Purges: The Soviet Communist Party Reconsidered, 1933-1938. – Cambrigde: Cambrigde University Press, 1985.   Pp. 1-3.